Em uma manhã escura de setembro de 2006, Miguel Vargas chegou para trabalhar no restaurante Sweetwater, no Brooklyn. Ele destrancou e levantou o portão de segurança, deu dois passos para dentro e viu uma mulher de perfil, andando pelo salão em direção às escadas do porão.
Era uma mulher de meia-idade, com cabelos grisalhos e vestida de branco, com uma espécie de vestido de casamento, disse ele, mas não desse século. E ela parecia corpórea, “normal”, disse Vargas, nada nebulosa ou translúcida como na televisão.
“Eu sabia que era um fantasma no momento em que vi. Eu disse: ‘OK, é isso’. E fui embora.” Na meia hora seguinte, ele ficou do lado de fora, tremendo. Quando Vargas, porteiro do local, contou para seus chefes, eles riram.
A família Szyjka (Shei-ka) comprou o prédio em 1924 por US$ 15 mil, de acordo com os registros imobiliários. Eles a transformaram a pousada, construída em 1899, em um restaurante e bar com dois apartamentos na parte de cima, onde viveram por décadas.
Os Szyjka, com raízes na Áustria e Ucrãnia, faziam parte de um fluxo de imigrantes da Europa central que saíram do movimentado Lower East Side em direção ao bairro de Williamsburg depois da conclusão da ponte Williamsburg em 1903. Ao contrário do que é o bairro hoje, as classes trabalhadoras haviam afastado os ricos, derrubando mansões para construir prédios residenciais, de acordo com John B. Manbeck, ex-historiador do bairro do Brooklyn.
Desde então o restaurante Sweetwater, se tornou um ponto turístico do Brooklyn e vale a pena entrar em seu roteiro e conferir também uma boa comida.
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