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Com 25 mil sem-teto, Los Angeles vive situação de emergência

vida seguia como sempre em Skid Row, a maior concentração de pessoas sem moradia dos EUA, em Los Angeles, mais de um mês após o prefeito propor estado de emergência e US$ 100 milhões para ajudar os sem-teto da cidade.

Na hora do almoço, num calor de 35°C, longas filas surgiam nas portas das organizações que oferecem comida gratuita na região, a apenas 10 km de Hollywood.

O “bairro” de Skid Row é formado por cerca de 50 quarteirões do centro, onde 5.000 pessoas dormem em tendas montadas nas calçadas ou abrigos.

Garcetti disse que faria do assunto prioridade de seu governo, mas desde que tomou posse, em 2013, a população de rua cresceu 12%.”Há 101 anos tentamos resolver o problema dos sem-teto. Estamos curiosos para saber o que [o prefeito Eric] Garcetti fará”, disse Georgia Berkovich, diretora de políticas públicas da Midnight Mission, a maior e uma das mais antigas instituições do local.

Los Angeles só perde para Nova York o posto de cidade com mais sem-teto dos EUA, um total de 25 mil numa população de 3,8 milhões (NY tem 58 mil e 8,5 milhões de residentes).

“Todo dia a gente vem trabalhar aqui e presencia os sem-teto no gramado lá fora. É um símbolo da intensa crise que vivemos”, disse Garcetti na sede da prefeitura, a poucas quadras de Skid Row e numa área que passa por grande gentrificação, com restaurantes e lojas chiques.

SEM AJUDA DO GOVERNO

A Midnight Mission perdura há mais de um século e funciona sem ajuda governamental. Seu orçamento anual de US$ 6 milhões vem de doações que ajudam a manter o prédio de três andares, que toma quase um quarteirão.

Centenas dormem diariamente em seus espaços, incluindo um pátio ao ar livre e dormitórios, além de usar seus serviços, que vão de barbeiro e aulas de informática a centro médico e programas de reabilitação de drogas.

Sem-teto dormem na calçada no bairro de Skid Row, em Los Angeles

Sem-teto dormem na calçada no bairro de Skid Row, em Los Angeles

Desde 2012, a instituição tem oferecido mais de 1 milhão de refeições por ano.Cada uma de suas três refeições diárias recebe entre 500 e 1.000 pessoas. Boa parte da comida vem de um programa de aproveitamento de alimentos que seriam descartados por alguns dos restaurantes mais finos de Beverly Hills.

“Não temos números assim desde a Grande Depressão. E, cada vez mais, o número de famílias sem teto aumenta. São 30% da nossa comunidade agora”, afirma Berkovich, que trabalhou como voluntária na organização por 17 anos e foi contratada em 2010.

Skid Row (o nome vem de termos usados por lenhadores na construção das ferrovias) se formou no final do século 19, no fim das linhas férreas que traziam gente do país todo em busca de emprego.

Assim surgiram pequenos hotéis, bares e prostíbulos, além de missões religiosas para cuidar dos que acabavam nas ruas, muitas vezes bêbados e sem ter onde dormir.

Fonte: Folha

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Written by Ricky Terezi

Jornalista, produtor cultural, agora blogueiro, filho de Terezinha e Alvimar.
Natural de Montes Claros-MG. Mora em New York.

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