Coxinha, caipirinha, pastel, forró e axé. Foram esses produtos e ritmos típicos brasileiros que ajudaram um bar na Irlanda, que estava quebrado, a se recuperar e fazer sucesso. O D-One, em Dublin (Irlanda), é considerado o único “boteco” completamente brasileiro da cidade, dedicado à cultura e à gastronomia tupiniquim.
O idealizador e dono é o mineiro Rodrigo Arantes Rocha, 34. Há sete anos na capital irlandesa, ele percebeu que a comunidade brasileira que vive no local não tinha onde encontrar os produtos tradicionais de seu país. E apostou nesse público ávido por matar a saudade de casa ao criar o negócio.
“Eu sempre tive o sonho de abrir um restaurante. Um dia surgiu a oportunidade de comprar parte do bar, que estava financeiramente quebrado, e aceitei a ideia. A localização é ótima, pois ele fica em frente a diversas escolas de intercâmbio, que são cheias de brasileiros. E muitos deles têm saudade dos produtos de casa, que são difíceis de encontrar aqui”, afirma Rocha. Antes, o bar tinha o estilo comum irlandês.
Os produtos mais vendidos são a coxinha de frango (2 euros, aproximadamente R$ 6,85), pastel (a partir de 2 euros) e a caipirinha de cachaça (6 euros, cerca de R$ 20). São comercializadas cerca de 1.700 coxinhas e 600 caipirinhas por mês, de acordo com informações do bar.
Samba e axé ajudam a atrair europeus ao bar
A relação do estabelecimento com o Brasil não fica apenas nas comidas. A agenda inclui apresentações de forró, sertanejo, MPB, samba e axé –sempre com bandas ao vivo– que agradam também os europeus. “Nos dias em que toca forró e samba, aparecem muitas pessoas de outras nacionalidades, principalmente italianos, espanhóis e irlandeses. Passam por aqui 700 pessoas em um domingo de samba.”
O investimento de Rocha no negócio foi de 200 mil euros (cerca de R$ 683 mil). Com esse valor, o brasileiro comprou metade do bar, entrando em sociedade com um irlandês, e conseguiu readaptar o espaço. Com cerca de um ano à frente do D-One, ele já recuperou o investimento. Segundo Rocha, o faturamento mensal é de 50 mil euros (cerca de R$ 170 mil). O lucro não foi informado.
Irlanda exige investimento mínimo de 300 mil euros
Encarar cultura e leis diferentes são desafios a mais para quem deseja investir em um negócio fora do Brasil. Na Irlanda, empresários que não forem europeus precisam preencher alguns requisitos do governo, de acordo com o Serviço de Imigração e Naturalização da Irlanda (Irish Naturalisation and Imimgration Service, em inglês).
Os principais são: investimento mínimo 300 mil euros (R$ 1,03 milhão, aproximadamente) para abrir o negócio, gerar pelo menos dois empregos para funcionários europeus e se manter no país apenas com a renda do negócio, sem utilizar programas sociais. Rocha entrou em sociedade em um negócio já existente, investindo 50% do valor total da empresa, de 400 mil euros (R$ 1,37 milhão).
“O D-One possui 43 funcionários, sendo 32 brasileiros, um mexicano, um espanhol e quatro irlandeses, incluindo o gerente. O fato de o local possuir um gestor irlandês ajuda na adequação do pub às leis locais”, diz Rocha.
As regras para a comercialização de bebida no país também possuem algumas particularidades. As licenças para vender álcool, por exemplo, são divididas em diversas categorias, sendo duas principais: apenas vinho e todas as bebidas, incluindo cerveja.
Fonte: UOl
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