DESTILADO BRASILEIRO DEIXA CONSUMO MARGINALIZADO NO PASSADO PARA GANHAR STATUS DE BEBIDA NOBRE
Os primeiros registros da cachaça datam de 1534 a 1549, quando a cana-de-açúcar era o principal motor econômico do país. A história aponta uma origem humilde para o destilado tipicamente brasileiro: um resto do processo de fabricação e refino do açúcar. Ninguém iria imaginar que, um dia, a bebida perderia o ar marginalizado para conquistar membros da alta sociedade em todo o mundo.
Atualmente, a cachaça representa 50% do consumo total de destilados no país, segundo dados de 2012 da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE). Embora os produtos premium representem uma pequena parte do mercado, a instituição reconhece o crescimento do produto entre o consumidor de poder aquisito elevado.
Segundo o gerente de vendas da Ypióca, 90% do consumo do produto da marca é de cachaça pura, o que derruba a tese de quem credita esse crescimento à caipirinha. “O que está mudando é o público”, diz Eduardo Bendzius. Prova para essa afirmação é o crescimento de 7% da chamada cachaça amarela, envelhecida, segundo a gerente de marketing da marca Cynthia Serretti.
A verdade é que o destilado de cana de açúcar assumiu a condição de cool, um processo que já aconteceu antes com outras bebidas étnicas – que carregam valores culturais junto ao copo. Pelo menos é no que acredita Steve Luttmann, presidente da Maison Leblon.
Atualmente, o país possui cerca de 40 mil produtores de cachaça, que destilam cerca de 4 mil rótulos, com ingredientes e processos de produção diferentes. No total, a capacidade de produção delas é de 1,2 bilhão de litros ao ano. E a tendência é que esse número cresça nos próximos anos. Entre tantas opções, é bem provável que o destilado se estabeleça ainda mais como uma bebida de respeito.
Fonte: GQ Brasil
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